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Pink pank punk _ McLaren, The greatest

No passado dia 8 de abril completaram-se 11 anos sobre a morte de Malcom McLaren.

Onze anos depois da sua morte, escrevo este post, in memoriam. Mais do que falar sobre Malcom McLaren, pretendo lembrá-lo (escrever em inglês aqui daria jeito, porque a ideia da frase é "to remember him and to remind you of him").

Podemos dividir as pessoas entre aquelas que sobre McLaren podem, quando muito, saber trautear "Three Buffallo Girls" (se tiverem nascido pelo menos uma década antes de 83) ou dizem "Ah! espera aí, esse não é o tipo dos scratch nos vinis, um dos primeiros DJ a introduzir a técnica?", e aquelas que (re)conhecem o enorme contributo de Malcom McLaren para a cultura punk, para o universo artístico em geral e musical e da Moda em particular. Esquecemos um terceiro grupo de pessoas que, ao ouvirem "McLaren", só conseguem associar de imediato o nome às competições de Fórmula1.




Relembrar a importância tremenda que McLaren teve em termos artísticos e sociais inclui lembrar as acções no âmbito da moda, a sua boutique Sex (que passou antes por outros projetos/nomes e configurações, antes de ser Sex_ "The back of paradise garage" e "Too fast to live, too young to die" _ este também o epitáfio que o acompanhou na morte) em parceria com Vivienne Westwood, o design e transformação de peças, os figurinos de cinema e o apoio de figurinos e imagem prestado aos New York Dolls, durante anos, as exposições, os filmes.... Mas é a fundação e o management dos Sex Pistols, sem dúvida, um dos "feitos" do seu percurso que mais está associado ao início do movimento punk no UK, uma das acções de maior impacto para a cultura musical e repercussões sociais da época (para falar dos músicos mais relevantes _ houve vários, como Adam and the Ants e Jimmy the Hoover, entre outros).



Houve quem a ele se referisse como "The magificent failure", expressão que ele próprio utilizava para referir o grande objectivo de um artista, porque de facto ele sempre funcionou em contra-corrente mas de uma forma verdadeiramente espectacular; e se o mainstream não se lhe adequou nunca e por isso não teve também ( a meu ver) o reconhecimento merecido do contributo cultural que deu, existe uma "imensa minoria" que sabe ter sido ele um "ovo de dragão", uma dessas raras espécies de "unsung heroes of England" como disse uma das suas ex companheiras (a atriz Laureen Hutton).

É talvez a primeira vez que me acontece querer escrever sobre alguém cujo legado admiro e não saber bem o que focar/para onde me virar. Enumerar todos os feitos do homem que se referiu a Inglaterra como " a forest of barbarians", ou que identificava o punk como "the cult of amateur" (as it should be), falar das suas produções musicais _ em nome próprio ou de outrem _ dos contributos para a Moda (a sua entrevista sobre a influência do rock'n'roll para o mundo da moda contraposta à rigidez de um Christian Dior é preciosa _ deixo aqui link da 1ª parte, para quem tiver curiosidade _ https://www.youtube.com/watch?v=4vRONkwLaDI&t=635s), filmografia, movimentos sócio-culturais e políticos (desde a ligação aos Situacionistas e o movimento King Mob, o impulso para a cultura punk, até à própria candidatura a Mayor de Londres), exposições de arte.... and so on, soa apenas a informação bem estruturada de uma qualquer wikipédia (informação essa que de facto já existe, e pode ser consultada por qualquer pessoa, é só irem ver/relembrar).

E no entanto, embora tendo feito tudo isso, o seu legado permanece quase "invisivel" aos olhos mainstream da actualidade. Se Malcom Mclaren vale para mim (e para muitos/as) pela verdadeira contracultura impulsionada, é a sua totalidade como pessoa que mais me impressiona: como alguém, chamado por muitos de "fraude", reunia em si mesmo tantas competências _ criativas, de non sense, artísticas, empresariais, pensamento crítico e conhecimento e, acima de tudo, uma corajosa lucidez contestatária, que manteve até à sua morte. E o seu discurso continua super actual _ desde a cultura karaoke à descrição de uma sociedade que faz o elogio da estupidez e incentiva as pessoas no sentido de que "being stupid is cool!".

O video que publico abaixo deste texto elucida fortemente sobre a pessoa de excepção e vale também por ser um tema onde não foi habitual ver McLaren a discorrer (pouco antes da sua morte).


Malcom McLaren, The Greatest! Indeed!

Desta vez prefiro que passem uma hora com ele, do que mais uns minutos comigo a falar dele.


Enjoy! Punk will never die!






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